Pela primeira vez desde a década de 40 do século passado, Natal cresceu menos que os demais municípios do Rio Grande do Norte e perdeu importância na participação demográfica no total da população potiguar. O movimento, agora percebido em números e estatísticas pelo IBGE no Censo 2010, já era anunciado nas ruas das cidades do Estado. Para os analistas do Censo no RN, restam poucos espaços em Natal, empurrando o crescimento para municípios da Região Metropolitana. Além disso, outras regiões, como a de Mossoró, “competem” com a capital na atração de pessoas através da migração.
Comparando-se os resultados do Censo 2010 e o Censo 2000, Natal deixou de ter 25,6% da população do Estado para 25,4% no ano passado. Pode parecer uma diferença mínima, contudo o mais importante é que ela indica uma tendência. “A capital vinha concentrando população desde 1940, mas essa tendência agora foi revertida. Precisamos, a partir disso, monitorar os resultados do próximo censo para verificar se essa tendência ganha força. Contudo, é algo visível que o crescimento tem sido empurrado para as outras cidades da Região Metropolitana”, explica o economista Aldemir Freire, chefe do IBGE.
Esse “visível” é comprovado em números. Parnamirim foi o município que mais cresceu no Estado nos últimos 10 anos. Um crescimento vigoroso: de 124 mil pessoas para 202 mil, o que significa uma população 62% maior. Guamaré segue Parnamirim de perto, com 52,21% de crescimento. Maxaranguape vem em terceiro lugar (30,49%) e Alto do Rodrigues em quarto (29,53%). Como se nota, os dados não surgem ao acaso, mas obedecem a uma dinâmica muito bem marcada e até mesmo previsível.
De acordo com o IBGE, a tendência de crescimento em regiões que não são a capital pode seguir os seguintes padrões: melhoria de infraestrutura em algum município ou crescimento econômico, com mais possibilidades de geração de renda. O processo é simples: as pessoas são atraídas para locais onde podem viver melhor, onde têm trabalho, etc. Parnamirim está localizada ao lado da capital. Esse é um fator de atração, pela maior infraestrutura e oportunidades de emprego. Ao mesmo tempo, cidades como Guamaré e Mossoró são atrativas pelas oportunidades de negócio, com o pólo petroquímico e fruticultor.
Além dessas cidades, o próprio RN aumentou em 14,3% a sua população - crescimento maior que a nacional que ficou em 12,3%. Esse crescimento foi acompanhado por evoluções em infra-estrutura, segundo os dados preliminares divulgados pelo IBGE. Setores como esgotamento sanitário, abastecimento de água, coleta de lixo e analfabetismo foram estudados no Censo 2010. Os dados consolidados, mais detalhados, serão divulgados ao longo do ano, ao passo em que são analisados pela equipe do IBGE. Aumento da renda, questões urbanísticas, indicadores sociais, entre outros pontos, serão analisados pelo órgão nos próximos meses.
Preliminarmente, é possível afirmar que houve avanços em esgotamento, com um crescimento de 34,2%. Isso significa pular de 16,52% para 25,13%. Em abastecimento de água, houve 9,3% de aumento, com a quarta melhor cobertura do país, saindo de 78,23% para 86,38%. Já no que diz respeito à coleta de lixo, o RN teve um aumento de 12,8%, passando de 73,66% para 84,48%. Vale ressaltar que essas melhorias na cobertura de serviços básicos já incluem o aumento da população no período, significando um aumento real. A última varíavel divulgada ontem pelo IBGE foi a taxa de analfabetismo. Nesse caso, o RN não foi muito feliz, comparando-se com o desempenho de outros estados do Nordeste.
Taxa de analfabetismo cai 27%, mas ainda é alta
O Rio Grande do Norte obteve o quarto pior desempenho do Nordeste na luta contra o analfabetismo nos últimos 10 anos. Hoje o Estado é o quinto colocado no ranking das maiores taxas de analfabetismo do Nordeste. Mesmo assim, é inegável que houve um avanço.
Entre o ano 2000 e 2010, o Rio Grande do Norte obteve uma diminuição de 27% no número de analfabetos. Hoje 17,3% da população potiguar não sabe ler e escrever. Há 10 anos o RN tinha 23,7% de analfabetos. Para o IBGE essa diminuição, uma tendência em todos os estados do país, é o resultado da política de universalização do ensino básico nos últimos anos. Apesar das deficiências, a oferta de ensino atinge praticamente todo o país, incluindo as regiões mais distantes, com algumas possíveis exceções.
Por isso, o IBGE, segundo Adelmir Freire, espera que o ritmo de diminuição do número de analfabetos não se mantenha. Isso é explicado por um dado específico. No RN, por exemplo, 45% das pessoas que não sabem ler tem mais de 80 anos. É uma população afetada pela dívida histórica do Estado e do país com a educação. Marginalizadas do sistema educacional do passado, essas pessoas têm resistência em conseguir ser alfabetizadas durante a terceira idade. A possibilidade de conseguir mudar essa tendência, principalmente por conta da mortalidade, é menor.
Como a população está envelhecendo, o que ficou visível no último Censo, daqui a 10 anos, ainda haverá pessoas na mesma faixa de idade e com altos índices de analfabetismo. A tendência é que esse percentual diminua gradativamente e ainda não é possível prever qual será a tendência para o próximo censo demográfico.
Cidades - Crescimento populacional nos principais municípios do RN
Parnamirim
2000 124.690
2010 202.456
+ 62,36%
Guamaré
2000 8.149
2010 12.404
+ 52,21%
Maxaranguape
2000 8.001
2010 10.441
+ 30,49%
Alto do Rodrigues
2000 9.499
2010 12.305
+ 29,53%
Goianinha
2000 17.661
2010 22.481
+ 27,29%
Macaiba
2000 54.883
2010 69.467
+ 26,57%
São Gonçalo do Amarante
2000 69.435
2010 87.668
+ 26,25%
Extremoz
2000 19.572
2010 24.569
+ 25,53%
Nísia Floresta
2000 19.040
2010 23.784
+24,91%
Mossoró
2000 213.841
2010 259.815
+ 21,49%
Canguaretama
2000 27.011
2010 30.916
+ 14,45%
Santa Cruz
2000 31.294
2010 35.797
+ 14,38%
São José de Mipibu
2000 34.912
2010 39.776
+ 13,93%
Natal
2000 709.536
2010 803.739
+ 13,27%
Touros
2000 27.879
2010 31.089
+ 11,51%
Assu
2000 47.904
2010 53.227
+ 11,11%
Caicó
2000 57.002
2010 62.709
+ 10,01%
Baia Formosa
2000 7.821
2010 8.573
+ 9,61%
Ceará-Mirim
2000 62.424
2010 68.141
+ 9,15%
Currais Novos
2000 40.791
2010 42.652
+ 4,56%
Comparando-se os resultados do Censo 2010 e o Censo 2000, Natal deixou de ter 25,6% da população do Estado para 25,4% no ano passado. Pode parecer uma diferença mínima, contudo o mais importante é que ela indica uma tendência. “A capital vinha concentrando população desde 1940, mas essa tendência agora foi revertida. Precisamos, a partir disso, monitorar os resultados do próximo censo para verificar se essa tendência ganha força. Contudo, é algo visível que o crescimento tem sido empurrado para as outras cidades da Região Metropolitana”, explica o economista Aldemir Freire, chefe do IBGE.
Esse “visível” é comprovado em números. Parnamirim foi o município que mais cresceu no Estado nos últimos 10 anos. Um crescimento vigoroso: de 124 mil pessoas para 202 mil, o que significa uma população 62% maior. Guamaré segue Parnamirim de perto, com 52,21% de crescimento. Maxaranguape vem em terceiro lugar (30,49%) e Alto do Rodrigues em quarto (29,53%). Como se nota, os dados não surgem ao acaso, mas obedecem a uma dinâmica muito bem marcada e até mesmo previsível.
De acordo com o IBGE, a tendência de crescimento em regiões que não são a capital pode seguir os seguintes padrões: melhoria de infraestrutura em algum município ou crescimento econômico, com mais possibilidades de geração de renda. O processo é simples: as pessoas são atraídas para locais onde podem viver melhor, onde têm trabalho, etc. Parnamirim está localizada ao lado da capital. Esse é um fator de atração, pela maior infraestrutura e oportunidades de emprego. Ao mesmo tempo, cidades como Guamaré e Mossoró são atrativas pelas oportunidades de negócio, com o pólo petroquímico e fruticultor.
Além dessas cidades, o próprio RN aumentou em 14,3% a sua população - crescimento maior que a nacional que ficou em 12,3%. Esse crescimento foi acompanhado por evoluções em infra-estrutura, segundo os dados preliminares divulgados pelo IBGE. Setores como esgotamento sanitário, abastecimento de água, coleta de lixo e analfabetismo foram estudados no Censo 2010. Os dados consolidados, mais detalhados, serão divulgados ao longo do ano, ao passo em que são analisados pela equipe do IBGE. Aumento da renda, questões urbanísticas, indicadores sociais, entre outros pontos, serão analisados pelo órgão nos próximos meses.
Preliminarmente, é possível afirmar que houve avanços em esgotamento, com um crescimento de 34,2%. Isso significa pular de 16,52% para 25,13%. Em abastecimento de água, houve 9,3% de aumento, com a quarta melhor cobertura do país, saindo de 78,23% para 86,38%. Já no que diz respeito à coleta de lixo, o RN teve um aumento de 12,8%, passando de 73,66% para 84,48%. Vale ressaltar que essas melhorias na cobertura de serviços básicos já incluem o aumento da população no período, significando um aumento real. A última varíavel divulgada ontem pelo IBGE foi a taxa de analfabetismo. Nesse caso, o RN não foi muito feliz, comparando-se com o desempenho de outros estados do Nordeste.
Taxa de analfabetismo cai 27%, mas ainda é alta
O Rio Grande do Norte obteve o quarto pior desempenho do Nordeste na luta contra o analfabetismo nos últimos 10 anos. Hoje o Estado é o quinto colocado no ranking das maiores taxas de analfabetismo do Nordeste. Mesmo assim, é inegável que houve um avanço.
Entre o ano 2000 e 2010, o Rio Grande do Norte obteve uma diminuição de 27% no número de analfabetos. Hoje 17,3% da população potiguar não sabe ler e escrever. Há 10 anos o RN tinha 23,7% de analfabetos. Para o IBGE essa diminuição, uma tendência em todos os estados do país, é o resultado da política de universalização do ensino básico nos últimos anos. Apesar das deficiências, a oferta de ensino atinge praticamente todo o país, incluindo as regiões mais distantes, com algumas possíveis exceções.
Por isso, o IBGE, segundo Adelmir Freire, espera que o ritmo de diminuição do número de analfabetos não se mantenha. Isso é explicado por um dado específico. No RN, por exemplo, 45% das pessoas que não sabem ler tem mais de 80 anos. É uma população afetada pela dívida histórica do Estado e do país com a educação. Marginalizadas do sistema educacional do passado, essas pessoas têm resistência em conseguir ser alfabetizadas durante a terceira idade. A possibilidade de conseguir mudar essa tendência, principalmente por conta da mortalidade, é menor.
Como a população está envelhecendo, o que ficou visível no último Censo, daqui a 10 anos, ainda haverá pessoas na mesma faixa de idade e com altos índices de analfabetismo. A tendência é que esse percentual diminua gradativamente e ainda não é possível prever qual será a tendência para o próximo censo demográfico.
Cidades - Crescimento populacional nos principais municípios do RN
Parnamirim
2000 124.690
2010 202.456
+ 62,36%
Guamaré
2000 8.149
2010 12.404
+ 52,21%
Maxaranguape
2000 8.001
2010 10.441
+ 30,49%
Alto do Rodrigues
2000 9.499
2010 12.305
+ 29,53%
Goianinha
2000 17.661
2010 22.481
+ 27,29%
Macaiba
2000 54.883
2010 69.467
+ 26,57%
São Gonçalo do Amarante
2000 69.435
2010 87.668
+ 26,25%
Extremoz
2000 19.572
2010 24.569
+ 25,53%
Nísia Floresta
2000 19.040
2010 23.784
+24,91%
Mossoró
2000 213.841
2010 259.815
+ 21,49%
Canguaretama
2000 27.011
2010 30.916
+ 14,45%
Santa Cruz
2000 31.294
2010 35.797
+ 14,38%
São José de Mipibu
2000 34.912
2010 39.776
+ 13,93%
Natal
2000 709.536
2010 803.739
+ 13,27%
Touros
2000 27.879
2010 31.089
+ 11,51%
Assu
2000 47.904
2010 53.227
+ 11,11%
Caicó
2000 57.002
2010 62.709
+ 10,01%
Baia Formosa
2000 7.821
2010 8.573
+ 9,61%
Ceará-Mirim
2000 62.424
2010 68.141
+ 9,15%
Currais Novos
2000 40.791
2010 42.652
+ 4,56%
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