Passar no vestibular é apenas o começo da luta

08:30
Logo após a divulgação dos aprovados no vestibular, os holofotes sempre se voltam para o primeiro lugar da lista. Entrevistas, aparições na televisão, fotos para anúncios de cursinho são comuns nesta hora. Mas, as regalias acabam aí. Quem pensa que passar em primeiro lugar é o fim dos longos dias de estudo está muito enganado. Ou que vai ter algum privilégio então... Esqueça! Entrar na Universidade é só o começo de uma longa jornada de dedicação.

1º lugar no curso de  Direito, Alinne é hoje Procuradora Federal
1º lugar no curso de Direito, Alinne é hoje Procuradora


O TN Vestibular conversou com dois primeiros colocados do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte para saber  sobre o curso, dificuldades, expectativa do futro.  Gilberto Vieira conseguiu o primeiro lugar para Medicina em 2008, e Alinne Luise Cavalcanti da Silva Melo, primeira colocada no curso de Direito no processo seletivo de 2001. E eles confirmaram que passar em primeiro lugar não e garantia de sucesso na faculdade.

“Se tivesse que escolher o laureado da minha turma não seria eu. Passar para Medicina não é o fim da luta e muito menos das  horas de estudo. Pelo contrário, tenho aulas de manhã e a tarde e a noite eu tenho que estudar. Quase não sobra tempo para outras atividades”, conta Gilberto Vieira, que está no terceiro ano do curso de Medicina da UFRN.

A conversa com ele teve que ser rápida porque estava ‘em  cima’ da hora para mais uma aula, dessa vez no Hospital Universitário, onde os alunos têm contato, desde cedo com os  pacientes. Essa prática acontece logoo início do curso, a partir do terceiro semestre.

Alinne Melo, que hoje é Procuradora Federal, conta que também não fez diferença ela ter sido a primeira colocada no curso de Direito da UFRN, em de 2001. “Não tive privilégio algum por isso. Logo no primeiro dia de aula essas distinções desaparecem por completo, o tempo de colégio fica realmente para trás e se ingressa em um mundo totalmente novo, no ambiente acadêmico propriamente dito, com outras situações de concorrência e referências próprias”, diz Alinne que concluiu o curso em 2005 e não foi a laureada da turma.

E o que eles têm em comum, além de terem sido os primeiros colocados? Os dois não tinham certeza de qual curso seguir. O primeiro vestibular Gilberto fez para Biomedicina e só depois de um ano e meio decidiu trancar a matrícula e estudar para Medicina. Já Alinne transitava entre várias opções: Engenharia Química ou Engenharia da Computação (área de exatas) a Direito ou Psicologia (área de humanas).

A rotina da universidade

Apesar de dar visibilidade entre os colegas de turma, a primeira colocação no vestibular não ajuda muito durante o curso. Para ter sucesso, os dois tiveram que estudar bastante.

“Quem faz Medicina tem a impressão de que os outros têm vida social e a gente não. É muita disciplina para estudar, sem contar que já estou preparando o Trabalho de Conclusão de Curso porque temos que apresentar um pré-projeto no ano que vem. Mas estou gostando muito, o curso vem superando as minhas expectativas iniciais”, explica Gilberto, que só se forma em 2014.

Alinne divide a mesma opinião. “O curso superou minhas expectativas. Fui percebendo o quão limitada era minha visão do Direito e conhecendo todas as possibilidades profissionais relacionadas ao curso, especialmente no serviço público, no qual as carreiras jurídicas são bastante variadas e promissoras, desde magistratura, ministério público, advocacia pública, defensoria pública, e por aí vai”, conta ela que hoje trabalha como Procuradora Federal em  Ji-Paraná/Rondônia.

Qual o segredo?

Nenhum dos entrevistados acredita que haja um segredo especial para ir tão bem no vestibularmais concorridos do Estado. O segredo é estudar com afinco, mas também procura  fazer algo para relaxar e esquecer um pouco os cadernos e as provas.

“Se o estudante tem certeza do que quer, o conselho que dou é ter disciplina e saber conduzir o seu estudo, condicionar o cérebro àquela rotina. Eu não estudei muito, tive pouco tempo para me dedicar ao vestibular, já que decidi trancar Biomedicina seis meses antes do vestibular. Mas eu tinha uma boa base da época do colégio e do vestibular anterior”, diz Gilberto Vieira.

“Estudei bastante para passar no vestibular, mas não exatamente durante o último ano anterior ao exame, até porque fiz intercâmbio cultural na Suécia e tive apenas cinco meses de preparação final antes das provas. Mas sempre fui uma excelente aluna, então pude criar a base necessária para a aprovação desde cedo, durante todo o ensino fundamental e médio”, conta Alinne.

Fonte: Tribuna do Norte

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